quinta-feira, 29 de julho de 2010

1.

O amor já foi
antes de ter sido,
e, se incriado,
é entanto renascido.

É livre de objeto
(se o tem, logo o assassina)
e livre de si mesmo:
deus, nuvem, bailarina.

Dança num intervalo
de luz, palavra, sentido
ou noutro qualquer abismo:

como o de antes de um não,
como a pupila de um cão
numa manhã de domingo.

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