quinta-feira, 29 de julho de 2010

16

O cão que juntos vimos numa esquina.
O peixe que agonizava à nossa frente.
A onda na direção de nossas filhas,
a quem pedimos não quebrasse sobre elas.

O cacto que te comprei na feira
e que te faz sorrir
quando o entrego
ainda hoje nos meus pensamentos.

Tudo isso farei eterno,
se me confias teu corpo sem ruído,
se sufocas teu grito para que não nos ouçam
as crianças no quarto contíguo,
para que não descubra o tempo
o cão, a onda, o cacto,
o teu corpo jugulado e inconsentido.

Nenhum comentário: