quinta-feira, 29 de julho de 2010

27

Certas manhãs parece que sempre existiram,
em outras somos nós que amanhecemos
para o frescor universal dos sinos,
para de novo ir com a avó à missa.

Certas manhãs parece nos feriram
com seu azul desde o primeiro dia
e outras em que solfejamos hinos
em luminosas e perdidas línguas.

Certas maçãs são tão irrefutáveis...
Há uma esperança universal de inexistirmos,
de não ser nossa a que chamamos nossa voz.

E há certas noites, embora vulgares,
em cujo centro onipresente pressentimos
a combustão de Deus, a marcha dos heróis.

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